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18.5.06

60 Faixas.... "minha neguinha" -- CIBELLE -- The Shine of Dried Electric Leaves (2006)

Cibelle, ma belle. Não é simples explicar de onde esta rapariga vem, e é determinantemente impossível saber para onde vai. Estreou-se nas lides musicais em 2003 pela mão de Suba – produtor entretanto falecido – num álbum assente numa visão fortemente electrónica da música popular brasileira. Desde então, Cibelle mudou. E com ela, a sua música. O seu segundo álbum, auspiciosamente intitulado "the Shine of Dried Electric Leaves", é um exercício raro no panorama musical brasileiro. Há muito que a MPB não se via forçada a respeitar o património sonoro que mais frequentemente despreza: o silêncio.
Seguidora devota de Tom Waits, em virtude de nele ver um artista com um legado musical cheio de identidade (que se dane quem discorda dela!) Cibelle parece estar a começar a dar os passos necessários no sentido de se afirmar, também ela, pela sua originalidade. Seja então este o álbum, o pilar fundador para aquilo que se pretende que venha a ser a sua visão radicalmente pessoal, e por isso necessariamente original, da música.


Segue Cibelle… juntando recortes de electrónica minimalista a linhas de guitarra em modo bossa, colando trechos de samba a harmonias (presumivelmente) rendilhadas num xilofone fischer-price, empilhando finas camadas de tropicalismo e de humor, decidida a submeter o mundo um recomendável arrepio na espinha. Para além de fazer deste álbum um conjunto de uma coerência a toda a prova – chega a parecer criminoso disponibilizar uma única faixa no nem1nome – Cibelle conseguiu ainda resgatar dois prestigiados amigos para concretizar duas canções que são, sobretudo, dois momentos de inebriante beleza. Em cerca de dez minutos consegue fazer Devendra Banhart largar o seu vibrato de marca para cantar como o melhor Caetano Veloso na imperdível London, London – cover de um original de… Caetano Veloso – e seduz Seu Jorge a gritar “o amor” vezes sem conta – talvez este feito não seja tão impressionante quanto isso, tendo em conta que Seu Jorge não é sujeito de papas na língua – para valorar um tratado sentimental sangrado que dá pelo nome de Arrête là, Menina.

Qualquer uma destas canções é brilhante na forma como alia o capital criativo desta gente a uma linguagem global – a produção tem uma palavra rebuscada a dizer neste aspecto – e a um não menos que dramático tom confessional. A boa notícia é que estas faixas não destoam, nem se destacam, das restantes canções que compõem esta colecção. Cibelle pega na guitarra, dá corda à caixa, espreme o piano e programa a batida certa… mas no final agarra-se a uma flauta que desafina. Naturalmente. É que desafina muito, o coração dessa menina.

CIBELLE "MINHA NEGUINHA" .... o mundo levanta voo aos 02:31.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

vc pirou né?
o cd ta muito bom...
conheço cibelle ha muito tempo,o som dela é divino...
a nova musica brasileira,muisca boa,coisa q os brasileiros nao tem,bom gosto.

7:14 da manhã  
Blogger andrzej said...

pirei mesmo munch! grande som, grande álbum. Do melhor que este ano já nos deu.

3:46 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

pronto tanto chateei que tinha obrigação de vir deixar aqui um comment anónimo, eh eh eh! sim sim esta menina é muito interessante, o 1º album dela foi o 'meu' summer album 2004 e este para lá caminha. joana

1:03 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Volta cibelle, tás perdoada!!!!

8:47 da tarde  

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